domingo, 29 de novembro de 2009

"Louco"

A chuva é intensa
Encobre a pista
Que me leva até você.
Meu pensamento caminha
Ora mais veloz, ora bem devagar
Num contraditório gostoso, inexplicado.
Loucura, loucura
Ir a Colômbia
Sair da rotina
Dar um passo
Olhar a frente
Conhecer novas paisagens
Se permitir novos diálogos,
Novas descobertas, novas cores.
Loucura, loucura
Ela é individual
Dosada uma a uma
Vivida intensamente.
Loucura, loucura
Que Deixa lembranças
De pegadas na areia
Da submissão permitida
Da contenção na parede
De formas que se unem
Não mais no imaginário
Não em frente ao esperado espelho.
Loucura, loucura, loucura
Que reflete o estado de espírito
Que orienta nosso espaço e tempo.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Espelho

Espelho, espelho...
Como é bonita a imagem refletida
Que une os olhares
Que revela as curvas
Que denuncia os desejos
Que descobre cada sentido
Que cintila cada palavra
Que nivela o equilíbrio
Que tonteia os pensamentos
Que derruba as mentiras
Que alimenta nossas inquietações
Que denuncia as formas
Que fascinam sempre, sempre.
Espelho, espelho
Que provoca tanto prazer
Ao unir nossos corpos
Espelho, espelho...
Como é bela a imagem refletida!

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Só isso. Basta.

"Um cantinho"
"Um violão"
Uma mesinha de cabeceira
Um porta retrato
Uma flor branca, não mais uma rosa
Muitos pensamentos
Um perfume
Meu cheiro
Tudo em um único lugar - meu quarto
Onde repouso meus sonhos (serão 15?)
Onde alcanço as estrelas
Onde recebo o luar que passa pela janela... sem a cortina
São tantos pensamentos
Muitos desejos
Minha intimidade revelada de tal forma que sinto meu corpo estremecer,
Minha alma aquietar-se,
Meu coração batendo silenciosamente
Sentindo a felicidade.
Só isso. Basta.
Estou viva, sentindo cada momento.

sábado, 21 de novembro de 2009

Flor/asfalto

A Flor amarela
Encostada, desinibida.
Sempre...
Próxima ao Asfalto
Áspero, preto, quente
Flor amarela
Asfalto áspero
Sempre em equilíbrio.
Asfalto/Flor
Preto/amarela
Harmonizam o ambiente.
Sempre próximos...
Livres,
Soltos em pensamentos, idéias, ações.
O mundo, ao passar com sua carga,
deixa marcas, tonifica, testa, experimenta a resistência.
Flor/Asfalto
Amarela/áspero
Sempre próximos,
Colados,
Calados,
Suados,
Extasiados,
Entreolhando-se...
Dizendo sem dizer...
Captando as alegrias, as tristezas
Um do outro.
Flor amarela/Asfalto áspero
Sensíveis, resistentes.
Ao vento,
Ao sol,
Ao luar,
Na chuva.
Sempre próximos,
Calados,
Colados,
Soltos,
Livres...
Deixando o mundo passar.
Entreolhando-se...
Sempre!
Dizendo sem dizer,
Colados,
Calados,
Livres.

Copa

Nas areias de Copa
Encontro o rosto amigo
Do cigano de uma tribo
Que viaja em outras terras
Nas areias de Copa
tomo água de coco
Ouvindo o som do mar
Nas areias de Copa
Encontro a entidade do bem
Sinto o incenso suave
Nas areias de Copa
Vislumbro o mal estar mundano
Que não posso deixar de enxergar
Nas areias de Copa
Sinto a brisa pincelando meu rosto
Percebo seu olhar
Nas areias de Copa
Recebo um abraço confiável
Do cigano de uma tribo
Que respeita o meu lugar.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Coração

Meu coração bate tenso
Cria atalhos
Surpreende o líquido da vida.
Meu coração anda tenso
Desconfiado
Acelera-se de quando em vez,
Em seguida entra numa letargia tamanha,
Numa atonia atroz
Numa catarse desleal
Meu coração precisa de um estímulo
De uma luz
De uma palavra
De um carinho
De um sentido...

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Meu perfume

Quanta saudade!
Oculta nas entrelinhas
Sentida em todos os poros
Guardada em meus pensamentos
Percebida em meus sonhos
Quanta saudade!
Do sussurro
Do beijo na nuca
Do arrepio
Das palavras (de paixão?)
Quanta saudade!
Do tempo em que via em seus olhos
O seu gostar por mim...
Mas "foi apenas paixão"
Se foi como o meu perfume...
Me enganei literalmente.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Realidade

Como seria bom se...
Você acordasse dos meus sonhos,
Integrasse meus desejos,
Criticasse meus princípios,
Se chateasse,
Dissesse: - Quero morrer!
Me chateasse,
Criasse coragem
E me acolhesse em seu peito...
E ao som do vento arrebatador
Entedesse o mar,
As ondas.

Mundo

Luzes claras
De raios penetrantes
Sobre as folhas brancas
Nos transmitem o mundo,
Apesar de sonhos e verdes.

Eu quis dizer, mas não tive coragem...

O medo de enfrentar a realidade, fez com que eu parasse e pensasse no quanto o dizer poderia ser importante para uma tomada de decisão, para pôr fim a certos obstáculos que para você nunca existiram.
Esse medo anulou minha coragem por longo tempo, mas resolvi enfrentá-lo.
Hoje, percebo que essa luta foi positiva, pois me trouxe uma tranquilidade ... até então, encoberta por coisas insignificantes, mas que conseguem destruir por períodos ou então, para sempre, com nossa coragem.Também compreendo perfeitamente as razões que me levaram a agir daquela maneira: não queria ver o que se apresentava nitidamente - a realidade nua e crua de um amor impossível.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Poeira

Poeira,
Quanta poeira
Na estrada seguindo os carros,
Aderida à sua roupa,
Depositada em toda parte:
no asfalto, nos atalhos, nos pensamentos...
Nos meus, nos seus, nos nossos - todos
Sujos, imundos, insanos.
Poeira,
Quanta poeira
O que fazer com ela,
Aquela que nem o aspirador resolve?

domingo, 15 de novembro de 2009

Provando o doce alheio

Muitas pessoas gostam de provar...
... o doce alheio.
É mais gostoso?
Engorda menos?
É mais econômico?
Tem mais novidade?
É provocador?
Ou será que é porque gostam, mas nem tanto?
Pode ser de coco, de abacaxi, de pitanga, de pistache,
o casadinho, o cajuzinho, o dedo de moça... juntam tudo em uma forma e servem no escurinho do cinema, com ou sem arzinho.
Lógico que com arzinho é sempre mais gostoso!
Só não dividem os de chocolate, pois querem só para si.
E eu, fico aqui, de olho no doce alheio,
Mas nem tanto!

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Dedal

Um som áspero
Uma palavra marginal é proferida
Apesar de fora do dicionário
É constantemente ouvida.
Dedo em riste!
Um grito!
Um soco!
A mão se encaixa no meio da face...
Não na minha,
Nem na sua,
Não sabemos na de quem.
Estamos na rua
Dentro do carro.
Para nós nada se encaixa
Mas a mão foi certeira:
Atingiu o nariz.
Agora tudo se encaixa...
E com certeza – Engessa!
Ouvimos a sirene.

Um dia de...

De apontar a ferida
De desbridar a ferida
De curar a ferida
De esquecer a cicatriz
De ser feliz.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Sonhos

Você e eu...
Eu e você...
Juntos
Quase unidos
Quase tudo
O que temos hoje:
Apenas uma vontade,
Um desejo,
Muitos caminhos,
Muitos sonhos (serão 15?).
Mais que tudo,
Uma vontade...
Um carinho,
Uma sombra...
Seguida por uma associação de observadores
Observadores de nuvens,
De sentidos,
De imagens,
De sonhos,
Serão 15?
Não sei dizer.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Vida

Vida vadia
Vida de muita vida
Que nasce e que cria
Quanto mais se teve,
Mais vida se queria...
Ainda que a vida fosse uma bela porcaria.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

15 Sonhos e uma poesia

Alguém me pediu para escrever diariamente, mesmo que sejam duas linhas.
Escrever é sonhar.
Escrever com a caneta – real.
Escrever com o teclado – virtual.
Escrever com o pensamento – memória.
Escrever, escrever, escrever...
Escrever, descrever meus sonhos: serão 15? – não consigo quantificar.
Sonhar é pessoal: objetivo, subjetivo, atingível, inatingível, secreto, público.
Sonhar meus sonhos, nunca iguais aos seus.
Podem ser parecidos, nunca iguais aos seus.
Cada um tem um olhar, uma sutileza, uma vida – nunca iguais.
Sonhar em abraçá-lo por 15 minutos, deixando descobertos meus mistérios, meus sentidos, meus desejos, minhas imperfeições, meu carinho, meus caminhos, meus atalhos; alguns à mostra, outros, guardados a sete chaves – quem vai saber.
O sonho é pessoal.

domingo, 1 de novembro de 2009

Curiosidade

Comecei a gostar
Por simples curiosidade
Por sentir em seu olhar
Certa possibilidade...
Onde está você?

O Encontro

E eis que encontrei esse caderno na janela. Foi emocionante o nosso encontro. Eu me apresentei a ele, ele se apresentou a mim e começamos a nos comunicar.
É maravilhosa a relação silenciosa entre um caderno, uma pessoa e uma caneta.
E eis que me perguntaram com ordem de quem eu escrevia aqui. E assim, me despedi... com lágrimas nos olhos, do caderno.