domingo, 27 de fevereiro de 2011

"Massagiiii"

Assim mesmo, a criaturinha pede... encarna aquela carinha de carente e me olha, meio de lado, toda e mais um pouco. Não tenho dúvida. Imediatamente, inicio a "massagiii" que é docemente aceita e vai aos poucos, acalentando o espírito dela, o meu e a de todos que assistem a cena. Um espetáculo, espetáculo de pureza, de alegria, de muita vida recheada de inocência. Um presente sem igual.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Um homem, uma mulher e um cachorro

Tudo ia super bem com a família, até que o cachorro resolveu parar de comer.

A mulher começou a ficar preocupada e achou que, substituindo a ração, o problema se resolveria. Ledo engano. O tempo ia se passando e o cachorro lá, apático, sequer cheirava os vários de tipos de ração que ela diariamente trocava na tentativa de encontrar uma que o agradasse.

Então, diante da situação que se agravava dia após dia, ela antecipou em um mês as suas férias no trabalho.

Passava horas preparando a alimentação do seu animal, trocando a ração canina para os alimentos clássicos como o arroz integral, legumes, carne dos vários tipos. Preparava um bela refeição e colocava no prato. Esperava a reação do bichano e, nada – a inércia continuava. Como não surtiu efeito, resolveu passar os alimentos no liquidificador, coando-os e com uma seringa colocava na boca do animal. Alguma coisa ele aceitava, mas com muita resistência.

O marido começou a ficar preocupado com a esposa, pois ela começou a relaxar com sua própria alimentação, com seus cuidados pessoais e com isso, ficou visível seu emagrecimento e desleixo por sua aparência.

Ele, diariamente, ao chegar do trabalho, deparava-se com aquela cena. Cansado ia até a cozinha e preparava um lanche, até que resolveu experimentar a alimentação do cachorro. Gostou. Só precisou acrescentar um pouco de sal e mais nada. Assim se fartava, pois a comida era "boa pra cachorro"!!

Porém, sua preocupação a cada dia aumentava, pois via o sofrimento de sua esposa e também a do cachorro... os dois, desminlinguindo a cada dia.

Ela, diante da apatia reinante de seu caão, resolveu encontrar ajuda nos sites de busca da internet. Tomou conhecimento de um livro de receitas especializado em comida canina. Infelizmente, descobriu que o livro estava esgotado e aí, não pestanejou - partiu para o Centro da cidade e foi de sebo em sebo até que conseguiu um exemplar.

No mesmo dia, o marido, ao chegar em casa, encontrou a mulher na cozinha, de avental e sobre a mesa vários pratos preparados, dignos daquelas fotos dos livros de receita famosos que nos deixam com água na boca. Seus olhos vibraram. Só que ele não contava que aconteceria o mesmo com o animal. Dessa vez, ele, o marido, não teve vez. O cachorro é que se fartou!

Desse dia em diante, ficou visível a melhora do cão. A mulher, ainda de férias, dedicava todo o seu tempo aos cuidados com o cachorro que não saía do seu colo.

O período de férias da esposa acabou e ela teve que retornar ao trabalho. Todavia, as férias do marido começavam, pois os dois, marido e mulher, iriam tirar férias no mesmo período, porém com o problema do cão, todo o planejamento foi alterado.

O marido não teve outra opção, a não ser a de ficar em casa. De quebra ficou encarregado de levar o cachorro duas vezes ao dia para passear e colocar a bela refeição que a esposa deixava antecipadamente preparada para o cão que avidamente a consumia, sob os olhares do marido.

Vida de cachorro pode não ser mole não, mas de marido, pode ser bem pior!

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Fantasias de uma noite de luar...

O carro sai
A mão desliza
O carro procura
A mão encontra

O tesão a desenhar
O carro a estacionar
Tudo começa a se revelar
As mãos passeiam pelas fantasias, desejos

Tudo se mostra
Mesmo no escurinho da rua
A tensão existe
O tesão explode!

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Passarela do samba x Passarela 7

Ontem foi a passarela do samba que sofreu com as labaredas. Entre os escombros e rescaldos estão os sonhos de muitos cariocas que se dedicam o ano inteiro na construção de um imaginário que pode levá-los a serem campeões do carnaval carioca. Ainda não sabemos a causa, mas fica a indignação e a vontade de dar a volta por cima. Não importa de que maneira for, pois o carioca no dia da festa é capaz de colocar o bloco na rua e espantar de vez a tristeza.

Quanto à passarela 7, na Avenida Brasil, principal via que corta a cidade, deixou cair parte de seu reboco sobre um carro, não alegórico, mas um carro real. Ficou clara a negligência do poder público de manter em constante manutenção as vias públicas de nossa cidade e estado.

Até quando vamos ficar à mercê da própria sorte?

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Um Rio que se esvai...

Um Grande Rio que se esvai pelas labaredas que lambem e sugam os sonhos de um povo que ultimamente anda entre o fogo, a água e as armas.

Tantos acontecimentos que deixam o carioca boquiaberto, tamanha a magnitude dos fatos. Tantas armas recolhidas, drogas produzidas e escondidas nas paredes das casas dos homens de vida comum - obrigados, anos a fio, a manterem a boca fechada, a conviverem com o crime e a falta da presença do Estado em um território até então, destituído, obrigados a verem seus filhos crescerem num ambiente hostil, onde poucos resistiram as benesses da criminalidade, do ócio e das drogas.

Um povo que assistiu pela tv um exército se espalhando, correndo em desvario, no topo do morro, onde muitos de seus soldados escaparam pelo esgoto, como ratos, como figuras medonhas que eram e são, e, que estão hoje, sabe-se Deus onde (outras terras, outros mares, outros esgotos, outras comunidades - quem sabe !?).

E a cidade, ainda assustada, mal começava a dormir após dias e dias de inacreditável constatação, é tomada, mais uma vez, por uma enxurrada, que varreu bairros inteiros, sem dó ou piedade, que não escolheu a classe social, pois estavam lá, entre os escombros, corpos brancos, pretos, mal vestidos, bem vestidos, sarados, nutridos, anêmicos, crianças, jovens, velhos, adultos, animais e além, de tudo, muitos sonhos, muitas histórias enterradas, outras cortadas para sempre, sem qualquer chance de reconstituição. Um momento de muita dor e reflexão.

Hoje, acorda o povo carioca, sentindo cheiro de fumaça, e assiste as labaredas varrerem os sonhos e trabalho de um ano de muitas pessoas que prometem e objetivam transmitir a alegria, não só para o carioca, mas para o mundo...

A fumaça avança e se espalha pelo céu azul desse Rio, que tem o Cristo de braços abertos abençoando a todos nós. Acho que ultimamente Ele anda cansado, ou pode ser por causa do calor, que está tão intenso que anda cozinhando os miolos do carioca e os dele também, pois, lá, estático, sem um chapéu, ou qualquer proteção, está totalmente exposto à desidratação e por conseguinte, vulnerável a deixar, a nós, cariocas, a ver navios.

Enquanto o fogo destruia as fantasias de uma noite de verão, a fumaça era vista a quilômetros de distância, deixando nosso Cristo entorpecido e nós, cariocas, mais uma vez, boquiabertos.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Lapidando a solidão!

A solidão persiste mesmo quando cercada por uma multidão.

É minha, absolutamente minha.

Preciso entendê-la e usufruir de alguns de seus aspectos, como ficar em casa fazendo algo de útil ou mesmo quando estiver deitada no sofá olhando para o teto, que não deixa de ser útil, já que acaba sendo um momento de reflexão, de buscas de respostas, de metas ou o que quer que seja...

Ela é minha, somente minha.

Preciso lapidá-la, deixá-la com uma cara suportável, quer dizer, sadia, pois ela é sadia, diferentemente, do que ouvimos e presenciamos durante grande parte de nossa vida, mas que até então, não nos dizia nada.

Por isso, preciso de um tempo, tempo para encontrar a resposta e me harmonizar definitivamente com ela, a solidão.

Lapidar a solidão expõe um caminho tênue que avança para a descoberta de novos horizontes.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

"Que seja eterno enquanto dure!"

Parei
Parei com tudo
Parei no sinal de trânsito
Parei na fila no banco

Parei
De buscar o amor
Que não me dá importância
Parei

Parei
Parei de sentir
No peito
As palpitações insanas

Parei
De dizer para o meu bem
Que o amor precisa de afago
Parei

Parei
De pedir socorro
Não quero mais ouvir o silêncio
Parei

Parei
Enterrei esse amor em um jardim florido
E fui à praia...
- Traga, Iemanjá, outro amor!

"Que seja eterno enquanto dure!"