quinta-feira, 30 de junho de 2011

Meu curativo

Ouço uma canção
Que me faz abrir o livro de poesia
O primeiro verso é arrebatador
Me joga violentamente contra as minhas mais atrozes angústias

Passo para o segundo verso
Que não alivia
Cada sinal, letra, palavra, frase
Chegam como a ponta de uma lança envenenada

Com uma força inexplicável
Penetra em meu peito
E o seu veneno chega rapidamente à minha alma
Nos olhos o líquido transparente, salgado, desce impetuosamente

Em profusão o líquido escorre
E deixa pelo chão...a pista
De um coração que sofre
Silenciosamente

A visão embaça
A página fica molhada
O sol penetra,
Seca toda a pista do caminho

Mais uma vez,
Me aquieto
Me aqueço
E troco o curativo do meu coração.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Amor à primeira vista!

Seu olhar inebriante
Enlouquece os meus sentidos
Então, sigo-o, sem pestanejar
A cada piscadela sua...
Sinto...
Que meu coração
Pulsa descoordenado,
Totalmente sem ritmo.
Pressinto...
Que meu coração
Enlouquece,
Pula sem parar e
Quase sai pela boca.
Percebo...
Que meu coração
Pulsa, pula, pula, pulsa,
Totalmente sem ritmo.
Diante de tantos sintomas e
Vestida em uma camisa de força
Fui internada.
A hipótese diagnóstica foi dada,
Meio assim, na lata:
É amor à primeira vista!!

quarta-feira, 15 de junho de 2011

O Despertar

Abro os olhos
Segundos depois o alarme avisa
É hora de sair do casulo
Do ninho aconchegante

Percebo o dia
Dou um bom dia para ele
Ouço sua retribuição
E tudo recomeça

A água morna passa por meu corpo
A mão espalha o hidratante
Visto a lingerie
Vou até a cozinha

Aprecio o despertar do dia
E a despedida da noite
Enquanto sinto o cheiro do café
Que passa pelo filtro

Um suco
Uma torrada com queijo branco
Uma xícara de café
Um copo de água

Outra vez no banheiro
Sinto a troca de sabores
A menta substitui o café
Como o sol substitui a lua

Completo a vestimenta
Espalho o filtro solar
Um toque no olhar
Um tom suave nos lábios

Pego a minha bolsa
Antes escolho os brincos
Um ponto brilhante,
Assim será o meu dia

Fecho a porta
Sinto a brisa
O burburinho do dia
Nas mãos as manchetes do jornal.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Sem hesitar

Hoje resolvi encarar
Peguei a caixinha de costura
Retirei a tesoura
Abri o armário
Fiquei frente a frente com o espelho
E não titubiei...
Mecha por mecha
Fui cortando cada fio
Que foram caindo aos meus pés...
O resultado?
O esperado: fiquei careca,
Mas cheia de coragem!!!

Obs.: agora preciso encontrar uma solução, talvez comprar uma peruca daquele comercial antigo: "Perucas Lady, tá!!"