quinta-feira, 30 de junho de 2011

Meu curativo

Ouço uma canção
Que me faz abrir o livro de poesia
O primeiro verso é arrebatador
Me joga violentamente contra as minhas mais atrozes angústias

Passo para o segundo verso
Que não alivia
Cada sinal, letra, palavra, frase
Chegam como a ponta de uma lança envenenada

Com uma força inexplicável
Penetra em meu peito
E o seu veneno chega rapidamente à minha alma
Nos olhos o líquido transparente, salgado, desce impetuosamente

Em profusão o líquido escorre
E deixa pelo chão...a pista
De um coração que sofre
Silenciosamente

A visão embaça
A página fica molhada
O sol penetra,
Seca toda a pista do caminho

Mais uma vez,
Me aquieto
Me aqueço
E troco o curativo do meu coração.

Nenhum comentário: