domingo, 21 de abril de 2013

O Beco

Quando saio sem motivos
Vejo além
Das almas perdidas
Amanheço em um beco
Sentada na calçada
Nas mãos um número
Será o seu?
A tinta se apagando
O suor presente
Será o seu?
Vejo além...
De mim,
Das almas perdidas
Um beco simplesmente.

O Toque

Quando toco
Não vejo seu olhar
Estou cega
Navego ao longe
Distraio, disfarço
Não percebo o além
Sinto o toque
Não disfarço
Quero tocar
Quando sinto
Enalteço
Não disfarço´:
É pleno.

domingo, 14 de abril de 2013

O Pulo


Um dia você me trouxe
E hoje estou aqui
Olhando para você
E você para mim
Você está aí...
Deitado na cama hospitalar
Pede-me  um pouco d’água
E eu, não posso te dar
Sinto que você quer dar um pulo
E mandar tudo para o alto:
A cama, as sondas, os alarmes, o monitor também.
Você aí deitado
E eu a admirá-lo.
Olhamos juntos pela fresta da janela
O(s) dia(s) passa(m)  lá fora
Queremos dar  um pulo
E de mãos dadas, gritar!
As garças perderam o rumo
As laranjas caíram
O mato cresceu
E tudo ficou pequeno
Enquanto você está aqui.
A porta se abre
E você tem que aturar
Mais uma droga, entre tantas
Sua mão aperta a minha
Enquanto  seu olhar me diz:
Então, vamos pular!?