quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Jardim de poesia

Margaridas
Flor de lis,
Rosas,
Tulipas,
Kanangas,
Orquídeas,
Flor de cera,
De laranjeira,
De mulungu,
São tantas e muitas...
Uma imensidão de cores
De pétalas
De botões
A fascinar a todos
Com as cores,
Com as pétalas.
A encantar a alma
Que me deixa embriagada
Tamanha a leveza, a simplicidade
Todas tão belas,
Uma beleza inigualável!
Cada uma detalhamente desenhada
Que só pode ser um presente
Um presente para os olhos
Os meus, os seus.

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Construir

A luz noturna
Remete ao meu interior
Ao desejo de ver as estrelas
Cada uma a iluminar meu caminho
Abastecido por saudade de lembranças doces
Construído intensamente
Criticado por muitos
Regado com muito carinho
Preparado com minha essência...
A cada passo
Um sentimento novo
Um sentido é evocado.
A vida existe
A pulsar de forma ritmada.
A cada passo
O caminho é desbravado, exposto,
Sem cercas, sem neuras.
A vida é um construir diário
Onde, hoje, cada passo é percebido minuciosamente
Sem qualquer restrição ou medo
Medo de ser feliz!

Dois em um

Encostados na parede
No final da tarde
No Centro da cidade
É escandaloso a terceiros
É harmonioso a outros tantos
É indiferente a alguns
Que se dane o mundo
Não importam os olhares
Nesse momento o sentido
Faz sentido a dois.

Pulso

Um grito
Um sussurro
Mais que tudo
Tudo por um sinal
De fumaça
De trânsito
De vida.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Teto

Bambual
Bambuzal
Parelelos
Anelados
Almejados
Dispostos
Entrelaçados
Emparelhados
Sonhados...

domingo, 27 de dezembro de 2009

Camuflado

Nas linhas
Nas ondas
Nos corações
Nos caminhos
Nas vontades
Nas nuvens
Que se espalham
Pelo mundo
E o levam
Para os sonhos
Para o sono
Para a realização
Para o grande amor.

sábado, 26 de dezembro de 2009

Legado

Mundo
Desnudo
Imundo
Mundo
Muito, muito
Mundo
É tudo o que tenho.

Caminho das margaridas

No imaginário
Coração ardente
Na cama
Em todas as posições
Diante de tudo,
Da própria verdade
No imaginário
Descortina cada detalhe
Levanta todas as possibilidades
Qual sentido seguir?
Segue o caminho das margaridas
Despetala-se a cada segundo
Desnuda-se dos preconceitos
No caminho,
Já descortinado,
Não tem o que temer
A não ser sentir...
E perceber que mesmo no imaginário
É verdadeiro o sentimento
Sentido.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Lança

Branca
Majestosa
Imóvel
Estática
Aguarda o melhor momento...
De repente o alvo
E sozinha,
Não vacila,
Lança sua lança...
Para então, saborear seu alvo.
Mais uma vez majestosa...
À espreita
À beira da praia,
Em meio às flores,
Às pedras...
Lá está ela
Sublime, altiva
Vendo sem ver
Sua presa
Numa paisagem exuberante
Quem vai dizer?

Ausência

Se a flor não fosse flor
E o botão não fosse rosa
Como seria o mundo
Sem a leveza de uma flor?
Com toda certeza, eu não seria a mesma
Seria triste o meu olhar
Minhas lágrimas seriam constantes
O meu corpo seria pesado
E o mundo... triste, cinza, sem vida.

sábado, 19 de dezembro de 2009

Vida

Vamos comemorar
Comemorar os novos tempos
Tempo de não perder tempo
A era de se dar bem
Do caminhar apressado
Vamos comemorar
Tudo de novo
Essa é a hora...
De levantar o que caiu
Caiu pela gravidade
Pelo esquecimento
Pelo desuso.
É tempo de comemorar
O que foi realizado
O que ficou na intenção
Vamos comemorar
A vida nesse exato momento
Com prótese, sem prótese
A cria e seus criadores
Vamos comemorar
Enquanto estamos vivos!

Hora Exata

Olhar amedrontado
Vendo o infinito
Sem saber o que virá
Sem entender o desejo
Sem querer estender a mão
O rosto pálido
O pensamento distante
A postura largada
A mente...
O que pensar?
Qual será a última visão?
Qual será o último som?
Qual será a última palavra?
Não sei o que pensar,
Sei apenas que vai chegar.

Poesia

Poesia
Jogada pelo chão
Espalhada pelo vento
Sentida no ar
Poesia
Rodeada de sentido
Confiscada pelo prazer
Arrebatada pelas mãos
Poesia
Falada em todas as línguas
Interrogada em sua origem
Imaginada pelos mares
Sonhada, sonhada
Poesia
Dita sem dizer
Captada no olhar
Sentida em todos os poros
Refletida pelos cantos
Suave como pluma
Poesia
Presente em você
Uma dádiva para o meu coração.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Papo cabeça

Papo cabeça
Dois pensamentos
Um assunto fisiológico
Um assunto filosófico
Não importa
Duas cabeças
Comandam tudo
O espaço sideral
O espaço entre quatro paredes
Ou apenas uma
Não importa
Duas cabeças
Dois sentidos
Duas vidas
Duas malas de experiências
Que podem ser com alça ou sem
Dependerá do papo cabeça...

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Duas carinhas

Uma carinha
Com portinha e janelinha
Que encanta, que brinca
O mundo é só felicidade
É poesia em pessoa
Outra carinha
A segurar seu oxigênio
De forma tão natural
Que abre um sorriso
E provoca um êxtase geral...
Que busca seu alvo
Uma carinha com porta e janelinha
Duas carinhas
Lindas, que se completam
Uma com e a outra, sem.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Um e outro

A vida é assim mesmo:
Um a querer e o outro não
Um a gritar e o outro a pedir silêncio
Um a cantar e o outro mudo
Um a caminhar e o outro parado
Um contente e o outro triste
Um saudável e o outro doente
Um novo e o outro velho
Um preto e o outro branco
Um a amar e o outro a odiar
Enfim, pontas que não se unem.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Beleza Natural

Tudo é natural
Seu sono
O meu sonho
Seus pensamentos secretos
Meu desejo mais íntimo
Sua pele hidratada
A coluna acariciada
Seu olhar cativante
Seu sorriso encantador
Tudo é natural
Tudo vivido intensamente
Nada escondido
Minha vida exposta
Minha casa aberta
Tudo é natural
Sua bagagem de vida
Sua busca pela realização
Tudo é natural
A sua vida é bela,
A minha também.

domingo, 13 de dezembro de 2009

Obra e tulipa

Tudo é inusitado
A obra continua
Tudo fica mais claro
O rolo passa
O beijo doce
O estouro da bolha
A massa cobre
Entrelaça os pensamentos
Revela os desejos
Deixa a mostra os contornos
Seus...
Meus...
O pincel no dia seguinte
A porta aberta
Um barulhinho de lixa
O sono trancado
Preso com uma tulipa
O obra continua
Liberdade é isso:
É oferecer uma rosa
A uma pessoa especial
É compartilhar momentos inusitados e verdadeiros
É inaugurar emoções
Que só a tinta revela
É dormir no chão
É ter uma mão estendida
A obra continua...

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Liberdade

Quero acompanhar seus passos
A cada esquina sentir seu cheiro
Olhar o céu e ver as estrelas
Tocar em cada uma delas
Me descobrir com o meu olhar, o seu olhar
Sentir minha pele, a sua pele,
Ver o teu sorriso e tudo o mais que me deixa trêmula, encantada,
extasiada, embriagada.
Quero acompanhar você,
Sentir seu perfume artificial
Sentir sua maciez
Acariciar cada ponto..
Pontuar meus sentidos, unir nossos esforços,
captar a batida do seu coração.
Quero caminhar nas estrelas...
Seguir seus passos, seu cheiro natural, o artificial também.
Quero seguir seus passos,
Quando eu desejar e você estiver livre.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Escrever

O que escrever?
Escrever sobre o mar, sobre pássaros, sobre flores (sempre tão belas!), sobre o mundo ou mundos, sobre minha existência, sobre o meu caderno, sobre amenidades, sobre salto alto, sobre música, sobre tragédias, sobre viagens que não fiz, sobre sonhos, sobre o coração, sobre as meninas, sobre a felicidade, sobre o contentamento, sobre o livro, sobre filosofia, sobre corrida, sobre o que me empolga, sobre o sol que enche de calor e alegria, sobre tristezas, sobre o que fiz, sobre o que não fiz, sobre o que quero fazer, sobre o que quero sentir, sobre a vida... sim, ela existe e está em mim... o sangue circula, o coração bate tranquilo, meus músculos consomem energia, ando de um lado para outro com minhas próprias pernas, minha pele transpira e sente cada toque de sua mão, ouço cada sussuro, enxergo minha alma, sinto cada inquietação...

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Infinito

Mar
Alma
Mar
Correnteza
Vento
Mar
Além, muito além do que um simples teclar.

Visões de mundo

Mundo cão
Mundo de carne e osso
Mundo das ilusões
Mundo do bem e do mal
Mundo que escorrega das mãos
Mundo imundo
Mundo de imensidões
Mundo celestial
Mundo mundano
Mundo incapacitante
Mundo a descobrir
Mundo destruído
Mundo de medo
Mundo de cabeças
Mundo que sangra
Mundo de alegrias
Mundo de tristezas
Mundo mundinho
Mundo mundão
Cada um com seu olhar
Cada qual com seu mundo
Mundos diferentes
O meu e o seu...
Mundos, mundos, mundos
Que se calam.

Refrescar

São duas beldades
Numa área ensolarada
Os cabelos molhados
As mãos a se tocarem
A inocência presente
A alegria visível
Que encanta cada olhar
Que enche de alegria
O ser mais áspero...
Simplesmente,
Um banho para refrescar
Para espantar o calor
Que insiste em queimar
São duas beldades
Duas carinhas singelas
Duas personalidades
Que chegaram para ficar
Que provocam um contentamento gigante.

Vontade de contar

A tinta revela
Trascende o pensamento
A imaginação vira concreto
O real chega pelo pincel
A mão a dançar
A expressar os desejos
Aqueles mais contidos.
De repente uma vontade de contar
Contar o que fez
De instigar a imaginação
De revelar pelo desejo
De deixar no ar.
Assim como o pincel, a mão,
A imaginação é livre.
A minha, a sua...
Não pagamos pedágio.
Simplesmente ela é livre.
Agora volto a pintar.

domingo, 29 de novembro de 2009

"Louco"

A chuva é intensa
Encobre a pista
Que me leva até você.
Meu pensamento caminha
Ora mais veloz, ora bem devagar
Num contraditório gostoso, inexplicado.
Loucura, loucura
Ir a Colômbia
Sair da rotina
Dar um passo
Olhar a frente
Conhecer novas paisagens
Se permitir novos diálogos,
Novas descobertas, novas cores.
Loucura, loucura
Ela é individual
Dosada uma a uma
Vivida intensamente.
Loucura, loucura
Que Deixa lembranças
De pegadas na areia
Da submissão permitida
Da contenção na parede
De formas que se unem
Não mais no imaginário
Não em frente ao esperado espelho.
Loucura, loucura, loucura
Que reflete o estado de espírito
Que orienta nosso espaço e tempo.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Espelho

Espelho, espelho...
Como é bonita a imagem refletida
Que une os olhares
Que revela as curvas
Que denuncia os desejos
Que descobre cada sentido
Que cintila cada palavra
Que nivela o equilíbrio
Que tonteia os pensamentos
Que derruba as mentiras
Que alimenta nossas inquietações
Que denuncia as formas
Que fascinam sempre, sempre.
Espelho, espelho
Que provoca tanto prazer
Ao unir nossos corpos
Espelho, espelho...
Como é bela a imagem refletida!

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Só isso. Basta.

"Um cantinho"
"Um violão"
Uma mesinha de cabeceira
Um porta retrato
Uma flor branca, não mais uma rosa
Muitos pensamentos
Um perfume
Meu cheiro
Tudo em um único lugar - meu quarto
Onde repouso meus sonhos (serão 15?)
Onde alcanço as estrelas
Onde recebo o luar que passa pela janela... sem a cortina
São tantos pensamentos
Muitos desejos
Minha intimidade revelada de tal forma que sinto meu corpo estremecer,
Minha alma aquietar-se,
Meu coração batendo silenciosamente
Sentindo a felicidade.
Só isso. Basta.
Estou viva, sentindo cada momento.

sábado, 21 de novembro de 2009

Flor/asfalto

A Flor amarela
Encostada, desinibida.
Sempre...
Próxima ao Asfalto
Áspero, preto, quente
Flor amarela
Asfalto áspero
Sempre em equilíbrio.
Asfalto/Flor
Preto/amarela
Harmonizam o ambiente.
Sempre próximos...
Livres,
Soltos em pensamentos, idéias, ações.
O mundo, ao passar com sua carga,
deixa marcas, tonifica, testa, experimenta a resistência.
Flor/Asfalto
Amarela/áspero
Sempre próximos,
Colados,
Calados,
Suados,
Extasiados,
Entreolhando-se...
Dizendo sem dizer...
Captando as alegrias, as tristezas
Um do outro.
Flor amarela/Asfalto áspero
Sensíveis, resistentes.
Ao vento,
Ao sol,
Ao luar,
Na chuva.
Sempre próximos,
Calados,
Colados,
Soltos,
Livres...
Deixando o mundo passar.
Entreolhando-se...
Sempre!
Dizendo sem dizer,
Colados,
Calados,
Livres.

Copa

Nas areias de Copa
Encontro o rosto amigo
Do cigano de uma tribo
Que viaja em outras terras
Nas areias de Copa
tomo água de coco
Ouvindo o som do mar
Nas areias de Copa
Encontro a entidade do bem
Sinto o incenso suave
Nas areias de Copa
Vislumbro o mal estar mundano
Que não posso deixar de enxergar
Nas areias de Copa
Sinto a brisa pincelando meu rosto
Percebo seu olhar
Nas areias de Copa
Recebo um abraço confiável
Do cigano de uma tribo
Que respeita o meu lugar.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Coração

Meu coração bate tenso
Cria atalhos
Surpreende o líquido da vida.
Meu coração anda tenso
Desconfiado
Acelera-se de quando em vez,
Em seguida entra numa letargia tamanha,
Numa atonia atroz
Numa catarse desleal
Meu coração precisa de um estímulo
De uma luz
De uma palavra
De um carinho
De um sentido...

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Meu perfume

Quanta saudade!
Oculta nas entrelinhas
Sentida em todos os poros
Guardada em meus pensamentos
Percebida em meus sonhos
Quanta saudade!
Do sussurro
Do beijo na nuca
Do arrepio
Das palavras (de paixão?)
Quanta saudade!
Do tempo em que via em seus olhos
O seu gostar por mim...
Mas "foi apenas paixão"
Se foi como o meu perfume...
Me enganei literalmente.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Realidade

Como seria bom se...
Você acordasse dos meus sonhos,
Integrasse meus desejos,
Criticasse meus princípios,
Se chateasse,
Dissesse: - Quero morrer!
Me chateasse,
Criasse coragem
E me acolhesse em seu peito...
E ao som do vento arrebatador
Entedesse o mar,
As ondas.

Mundo

Luzes claras
De raios penetrantes
Sobre as folhas brancas
Nos transmitem o mundo,
Apesar de sonhos e verdes.

Eu quis dizer, mas não tive coragem...

O medo de enfrentar a realidade, fez com que eu parasse e pensasse no quanto o dizer poderia ser importante para uma tomada de decisão, para pôr fim a certos obstáculos que para você nunca existiram.
Esse medo anulou minha coragem por longo tempo, mas resolvi enfrentá-lo.
Hoje, percebo que essa luta foi positiva, pois me trouxe uma tranquilidade ... até então, encoberta por coisas insignificantes, mas que conseguem destruir por períodos ou então, para sempre, com nossa coragem.Também compreendo perfeitamente as razões que me levaram a agir daquela maneira: não queria ver o que se apresentava nitidamente - a realidade nua e crua de um amor impossível.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Poeira

Poeira,
Quanta poeira
Na estrada seguindo os carros,
Aderida à sua roupa,
Depositada em toda parte:
no asfalto, nos atalhos, nos pensamentos...
Nos meus, nos seus, nos nossos - todos
Sujos, imundos, insanos.
Poeira,
Quanta poeira
O que fazer com ela,
Aquela que nem o aspirador resolve?

domingo, 15 de novembro de 2009

Provando o doce alheio

Muitas pessoas gostam de provar...
... o doce alheio.
É mais gostoso?
Engorda menos?
É mais econômico?
Tem mais novidade?
É provocador?
Ou será que é porque gostam, mas nem tanto?
Pode ser de coco, de abacaxi, de pitanga, de pistache,
o casadinho, o cajuzinho, o dedo de moça... juntam tudo em uma forma e servem no escurinho do cinema, com ou sem arzinho.
Lógico que com arzinho é sempre mais gostoso!
Só não dividem os de chocolate, pois querem só para si.
E eu, fico aqui, de olho no doce alheio,
Mas nem tanto!

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Dedal

Um som áspero
Uma palavra marginal é proferida
Apesar de fora do dicionário
É constantemente ouvida.
Dedo em riste!
Um grito!
Um soco!
A mão se encaixa no meio da face...
Não na minha,
Nem na sua,
Não sabemos na de quem.
Estamos na rua
Dentro do carro.
Para nós nada se encaixa
Mas a mão foi certeira:
Atingiu o nariz.
Agora tudo se encaixa...
E com certeza – Engessa!
Ouvimos a sirene.

Um dia de...

De apontar a ferida
De desbridar a ferida
De curar a ferida
De esquecer a cicatriz
De ser feliz.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Sonhos

Você e eu...
Eu e você...
Juntos
Quase unidos
Quase tudo
O que temos hoje:
Apenas uma vontade,
Um desejo,
Muitos caminhos,
Muitos sonhos (serão 15?).
Mais que tudo,
Uma vontade...
Um carinho,
Uma sombra...
Seguida por uma associação de observadores
Observadores de nuvens,
De sentidos,
De imagens,
De sonhos,
Serão 15?
Não sei dizer.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Vida

Vida vadia
Vida de muita vida
Que nasce e que cria
Quanto mais se teve,
Mais vida se queria...
Ainda que a vida fosse uma bela porcaria.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

15 Sonhos e uma poesia

Alguém me pediu para escrever diariamente, mesmo que sejam duas linhas.
Escrever é sonhar.
Escrever com a caneta – real.
Escrever com o teclado – virtual.
Escrever com o pensamento – memória.
Escrever, escrever, escrever...
Escrever, descrever meus sonhos: serão 15? – não consigo quantificar.
Sonhar é pessoal: objetivo, subjetivo, atingível, inatingível, secreto, público.
Sonhar meus sonhos, nunca iguais aos seus.
Podem ser parecidos, nunca iguais aos seus.
Cada um tem um olhar, uma sutileza, uma vida – nunca iguais.
Sonhar em abraçá-lo por 15 minutos, deixando descobertos meus mistérios, meus sentidos, meus desejos, minhas imperfeições, meu carinho, meus caminhos, meus atalhos; alguns à mostra, outros, guardados a sete chaves – quem vai saber.
O sonho é pessoal.

domingo, 1 de novembro de 2009

Curiosidade

Comecei a gostar
Por simples curiosidade
Por sentir em seu olhar
Certa possibilidade...
Onde está você?

O Encontro

E eis que encontrei esse caderno na janela. Foi emocionante o nosso encontro. Eu me apresentei a ele, ele se apresentou a mim e começamos a nos comunicar.
É maravilhosa a relação silenciosa entre um caderno, uma pessoa e uma caneta.
E eis que me perguntaram com ordem de quem eu escrevia aqui. E assim, me despedi... com lágrimas nos olhos, do caderno.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Intenções ?

Caminhos percorridos
Tantos a percorrer
São muitos pensamentos
A interrogação sempre à frente.

Tento criar a imagem mental de seu rosto
Descobrir cada detalhe
Encontrar a beleza de seus olhos,
Contornar suas sobrancelhas,
Amenizar suas rugas,
Contar seus fios brancos,
Acariciar suas orelhas,
Sentir sua respiração,
Perceber seu arrepio ao beijar o canto de seus lábios.

São tantos pensamentos,
Muitos caminhos a percorrer...
E sua imagem próxima, ao mesmo tempo distante.

Quero descortinar seus desejos, sua alma, suas intenções...
Descortinado e descobertos seus segredos...
Maquiar seu rosto com minha luz e
Fazê-lo feliz.

sábado, 17 de outubro de 2009

A curiosidade, o gato, o rato e o que mais vier...

A curiosidade matou o gato.
O rato, diante da oportunidade
Lançou aquele olhar de: “numtoacreditando” !?
“Agora vou me dar bem”!
Acreditou na sorte e partiu.
Partiu para o abraço.
Todo serelepe
Correu o quanto pode,
Se desarmou.
Gritou, pulou, dançou.
O coração disparou,
A boca salivou.
Correu, correu, correu.
Mas, desarmado, esqueceu que além do gato, já morto, o homem estava armado.
O rato,
O queijo,
A ratoeira,
O grito,
O rato...
Preso, no entanto, feliz.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Vida

O que se quer da vida ?
Vivê-la sem pestanejar, sentí-la por todos os poros, ouví-la em sussurro, comê-la com os olhos, tragar seu sono, beijar sua alma, abraçar seus sonhos, envolvê-la confortavelmente, acariciá-la, deixando-a sempre pura ou, então, à deriva, entregue a própria sorte ?
O que se quer da vida ?

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Hermético

Não sei o que pensar.
São tantas dúvidas, muitas buscas e nenhuma resposta.
Tento em vão me desligar. Preciso fazer algo por mim.
Não encontro a palavra certa, a atitude correta. Nada se encaixa, se enquadra ou faz sentido.
A cada dia percebo o chão cada vez mais longe, os pés solto no ar. O pote sempre, sempre lacrado. Nenhuma lágrima. A angústia sempre presente. E o pensamento?... longe... em você - tão perto, tão longe. Sempre, sempre... hermeticamente cerrado. Distante.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Travessa

Passos largos, ar sereno. Atravessa a avenida. Aprecia a vitrine. Mais um passo e está dentro; depara-se com as inúmeras delícias – a do estômago também. Boquiaberto, ávido pelas palavras, pelas vírgulas, pelos sinais, pelos sentidos escondidos ou visíveis nos romances, nos contos, nos artigos, nas poesias, numa frase, num vocábulo. Tudo ou quase tudo emana prazer - não resiste - e aspira o aroma, não do pó, mas do saber.
Em pé ou agachado, não importa, folheia cada página e descortina as palavras desenhadas e aquelas do imaginário e concorda com o poeta que: “a vida é traição”* – está dito, é sentido. O que se tem hoje é único, amanhã pode se ter mais ou deixar de ter, de fazer sentido. Basta atravessar o travessão sem atenção e não ver a Travessa.

* “a vida é traição” – refere-se ao conto - Momento num café - de Manuel Bandeira.

Quando o enterro passou
Os homens que se achavam no café
Tiraram o chapéu maquinalmente
Saudavam o morto distraídos
Estavam todos voltados para a vida
Absortos na vida
Confiantes na vida.
Um no entanto se descobriu num gesto largo e demorado
Olhando o esquife longamente
Este sabia que a vida é uma agitação feroz e sem finalidade
Que a vida é traição
E saudava a matéria que passava
Liberta para sempre da alma extinta

Quebra-cabeça

A vida é mesmo um quebra-cabeça: há momentos em que estamos com a cabeça, em outros, sem ela.
Vivemos tentando montá-lo e quando achamos que vamos preencher todo esse brinquedo lúdico - a nossa vida - perdemos ou não encontramos um peça ou porque não damos a verdadeira importância às sensações do nosso dia-a-dia ou porque não estamos preparados ou por vários outros motivos... assim, se vai, a vida passando.
A maioria de nós passa o tempo tentando encontrar peças que não foram criadas, que não existem ou porque pertencem ao nosso destino (ele existe ?). Talvez seja esse um dos maiores erros do ser humano – tentar conhecer o futuro, e, enquanto isso, algumas peças ficam pelo meio do caminho, à deriva, sem serem sentidas ou vistas.
E, se completo, como seria a vida ? Feliz ? Entediante ?
Algumas pessoas precisam de outras para fazê-las despertar para o mundo das inquietudes sadias. Prefiro a vida assim, um quebra-cabeça incompleto, montado dia-a-dia e, principalmente, vivido intensamente.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Passando a limpo

A dor que empalidece,
A dor que entristece,
A dor que sufoca, que aperta.
Que dá sinais que o fluxo vermelho pode parar.
É necessário mudar,
Passar a limpo,
Buscar a alegria,
Caminhar.
A dor que traz a felicidade
Ao deixar nos braços a vida.
A dor da ausência da carne,
A dor pela culpa de não ter feito mais...
Da minha ausência nos momentos incertos.
A dor da alma:
Da minha, da sua.
Que faz chorar em silêncio,
Que não se pode dividir.
Mas a vida não dá trégua, trapaceia,
Os olhos não se fecham,
Permanecem abertos,
Passando o filme da vida – o meu:
Intenso,
Cruel,
Verdadeiro.
A dor se intensifica, aperta o cerco.
A dor é sentida nos poros, nas células, no olhar.
A tristeza continua marcando os passos, os segundos, pontuando cada palavra.
O choro é inevitável.
A dor que irradia,
Que dilacera
Que corta o coração do outro,
Que nada pode fazer.
O mundo passa,
As pessoas passam,
As horas passam
E meu luto permanece.
A espera é longa,
Silenciosa,
Única...
De mais ninguém.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Dengue

Quanta dor!
Quanta agonia!
Nos olhos – o pavor!
A comoção é geral.
A impotência reina, inclusive a sexual.
O mosquito listrado, malandro carioca, cresce em alta escala,
assim como a inflação e a escassez de alimentos...
em meio a tanto descaso.
Pica suas vítimas: o branco, o preto, o rico, o pobre,a criança, o velho,
a gestante e de quebra – o feto, o artista
e o famigerado político que faz festas com o dinheiro retirado da saúde e educação - de nossos bolsos.
E os necessitados?
Atônitos (nas tendas)
em busca de solução (venosa?)
em meio aos tiroteios...
se jogam no chão.
O caos toma conta.
A inoperância é desnuda e
o medo a perder de vista.
Socorroooo !!!!
Virá?
Ou permaneceremos jogados à própria sorte, mesmo vestindo calça comprida, meias e sapatos fechados (todos na cor laranja) ?

Agora

Enfim o encontro!
O rosto tantas vezes
visto na multidão...
era só miragem!
Por longos anos escondido...
entre faces, entre mares.
Você tão perto, tão longe!
E eu, sempre a procurá-lo...
entre tantos atalhos,
entre os carros, entre os olhares,
entre lágrimas, entre mares...
E agora?

Sua verdade

Cedo ou tarde,
entre os muros da verdade,
entre os olhares...
somente seus!
Cedo ou tarde,
sem trégua,
como flecha...
Você, você, você
e mais ninguém.

Felicidade

Felicidade...
Que deixa o mundo inquieto,
Instigado, entregado
Prostrado aos pés...
Da flor, do penhasco.
Que derrete a geleira,
Do coração amarrado.
Que deixa o homem atônito,
Boquiaberto,
Devaneando um bocado.
Olhos estatelados
Gritando aos sete mares:
O que é isso ?
Minha argamassa exposta,
Meu coração aliviado.
Que sabor é este:
Misterioso, gostoso, simples
Só agora senti...
Só agora sou feliz !

Eu e você

A qualquer distância
Sinto o seu cheiro
Seu beijo doce
A qualquer hora do dia, da noite
Meu corpo treme,
O coração acelera
Estou com você.
A qualquer momento
Sigo meus pensamentos
E vou até você...
Tudo se apaga
Ou passa despercebido
Menos eu e você.


Márcia Juannes

Pétala

As crianças sumiram,
as pétalas caíram,
as borboletas voaram
e meu coração foi despedaçado.
Sentei-me no muro...
e não fui amada!

Central do Brasil

Cada ser desconhecido
no coletivo trem da Central do Brasil.
Cada qual com seu bem,
cada qual com seu mal.
Em cada olhar calejado
Apenas o silêncio...
como o silêncio
dos peixes...
que apenas observam...
guardam em seu interior:
o mar e nós: a vida!

Nada

Um menino...
sua voz oculta nas ruas
o som esquecido.
Nada tem razão,
faz sentido.
Em vão a chuva cai...
sem som...
sem cor...
sem vida...
sem amor.
E assim o menino adormece...
calado,
oculto,
entre os viadutos...
envolto às folhas escritas...
e assim também acorda e
outra vez...
nada faz sentido!

Léguas

Essa gente simples...
que trabalha,
que anda léguas,
que come arroz, feijão e rosca.
Que sua!!!
Que tem a casa de pau-a-pique
e no quarto apenas uma esteira.
O homem trabalha com a cana
e a mulher,
a procriar,
a aceitar as ordens,
a servir o café açucarado e fraco.
Atrás dela a escada que cuida com carinho...
seus meninos!
E aí,
chega a cidade
e rouba-lhe a ferramenta...
seu instrumento braçal.
Mas o homem não aceita tal desafio
Atira e mata !
Seus meninos choram.

Márcia Juannes

Lacre

Abra o lacre
Derrame toda a doçura
Deixe-se espalhar
Pelos cantos,
Pelos mares,
Pelos muros,
Pelos olhos,
Pelo corpo (em pêlo ou não).
Caminhe sem medo, neuras, culpas.
Somos o que queremos ser
E ainda que não,
Devemos ser íntegros
E buscar nossa felicidade ...
Sempre !
Abra o lacre
Deixe-se derramar
Irradie essa doçura
E com ela embriague a todos...
Todos que, andando com suas próprias pernas, possam perceber, sentir e usufruir do seu mel.

Olhar

Vida estressante ?
Sentimentos,
Reflexão.
Mundo gira ...
Gira mundo ...
E o coração a pulsar
Cada um no seu ritmo
Uns batem mais calmos
Outros acelerados
Em razão da crise
Em razão do esforço
Em razão do amor
Não importa o motivo
O importante é saber que a vida é bela
Que basta uma palavra
Um aperto de mão
Um pedaço de pão
Ou simplesmente um olhar
De tesão,
De tensão,
De arrependimento.
Há de ser profundo
Aquele que vai até o Japão
Sem nunca ter entrado em um avião.
Há de ser profundo
De coração.

Márcia Juannes

Viva

Suba
Alcance
Com os seus próprios pés...
Sempre no chão.
Olhe, espie ...
Sempre à sua volta.
Se preciso corra
Sinta seus músculos,
O pulsar de sua vida.
Embriague-se com sua energia...
Dê-me um gole.
Suba mais!
Cresça !
Compartilhe !
Envolva-se
Descubra-se a cada dia.
Instigue!
Crie criaturas,
Estimule os pensamentos.
Acompanhe
Deixe-se acompanhar.
Suba mais um pouco
Tendo sempre em suas mãos os seus sentidos
Acompanhe os meus sentidos.
Mantenha-se firme,
Visualize o mundo à sua volta...
Ele é todo seu!

Sexto sentido

Seu sexto sentido
apontou meu sorriso,
ainda que artificial.
Desde então os mistérios
tantas vezes sentido,
ainda que sem sentido,
mas percebido em um olhar lateral.
Depois de tanto pensar
veio o pedido: um abraço e ...
Meio sem jeito, como um cristal,
sentimos o gosto um do outro e
selamos o nosso destino:
Apenas quando livres e
no momento certo.
Que venha a felicidade!

Dama da noite

Quero sair...
Buscar novas entranhas
Buscar o tudo,
Sentir o nada.
Andar de madrugada
Falar sozinha
Pintar o muro
Mudar de lado
Sentir a dama da noite
Tomar o vinho,
Olhar o infinito
Buscar você...
Deixá-lo livre.
Deixar-me de lado
Jogada no sofá
Envolta aos pensamentos
Às tormentas,
Às poesias,
Ao silêncio,
Às canções,
Às cores.
Sentir o corpo trêmulo, ardente.
Depois sair para o nada
Olhar as montanhas,
Deitar no pasto.
Esquecer a multidão, os compromissos,
Jogar fora as esquisitices,
Depois acordar revigorada !
Quanto ao resto e mais um pouco ...
Deixá-los passar.

Certeiro

Certo.
Certeiro.
Tomando forma...
Em nosso imaginário.
A cada segundo,
Como agulha em um palheiro,
Ainda sem definições
Apenas um esboço
Entregue ao nosso destino
“Que só a Deus pertence”
Mas que temos a obrigação de acompanhar,
Desenvolver, buscar.
Sempre no imaginário...
Com contornos,
Entre formas abstratas...
Nossos corpos,
Nossas mentes inquietas,
Olhando...
Torcendo mais que todo o Maracanã,
Para que juntos
Possamos viver um grande amor:
Verdadeiro,
Cúmplice,
Companheiro,
Inteligente,
Vivo.

Márcia Juannes

domingo, 26 de julho de 2009

Piscadela

A cada piscadela
Um sopro,
Um sussurro,
Um arrepio,
Um aperto...
No escondidinho
No escurinho,
Apesar de roubado, surrupiado... é sempre muito gostoso !
A cada piscadela um carinho se vai,
Às vezes volta retribuída,
Pois não existe garantia.
A piscadela é livre, pessoal.
Então sugiro aproveitarmos cada uma...
Atentos a todas as luzes do dia, da noite, mesmo com os olhos cerrados.

Trema

Dois pingos
Paralelos
Quase unidos
Na vida...
Faltou um traço
Um rato
Quem sabe o quê ?
Dois sinais:
Trêmulos,
Abstêmios ?
Agora não importam os sinais,
Não importa o rato,
O traço...
Perderam o trono.
Agora sinais apagados,
Sem vida
Retirados da língua
Felina,
Bela,
Poética.
Não importa...
Se belos ?
Se bobos ?
Dois pingos, agora, sem vida em nossos dicionários ...
Ainda que presentes
Em nossos livros,
Em nossa memória.

Márcia Juannes

Passos em compassos

São tantos os compassos
Entre passos,
Entre saltos,
Nas calçadas,
No asfalto, apesar de quente, áspero
Passo a passo,
Em compasso
Entre trilhos,
Nos dormentes
Segue o passo...
Em compasso
Entregue à beleza
Do seu passo.
Será que posso ?
Ou que passo ?

Pássaro

Da janela,
Avisto o pássaro...
De asas brancas,
De peito enfático.
Cuidado !
Olha o vento,
Ainda manso,
De remanso,
Em suas penas.
Venha vento!
Traga o pássaro
Esguio,
Sempre enfático.
Venha vento!
Traga o pássaro,
Com suavidade
Para aquecer meu coração
Que anda confuso,
Desde então.

Márcia Juannes

Explosão

Um corpo
Um canto
Um copo
Um gole do líquido mais nobre
Cultivado em solo pobre
Extraído da uva mais negra.
Das ordens - quanto ironia !
Do sangue ...
Brotar o vinhedo
Do vinhedo brotar o trigo, o pão.
Do cego a bolha,
o explodir...
Trazendo alegria.
Um canto
Dois copos de fino trato
Um gole, dois goles
Um beijo,
Selando dois corpos,
provocando o grito,
o prazer.


* inspirado no livro "Champanhe: como o mais sofisticado dos vinhos venceu a guerra e os tempos difíceis"

sábado, 25 de julho de 2009

Geometria do Amor

Nos quatro ângulos do quarto
Buscarei você em linha imaginária
e o farei penetrar em uma bissetriz.
Em cada segmento, o trajeto se torna
mais ofegante e desejado.
Em cada raio de seus olhos descubro um ponto
que nos levará a conhecer o nosso conjunto verdade.
Enfim, as retas se coincidem:
é a nossa realização!

Linha linhada

Linha
Linhada
Linha que prende
A ferida.
Linha que solta
Das mãos.
Linha que alcança
Objetivos.
Linha que expõe a morte ou a vida longa
Morte/Vida/Vida/Morte.
Linha que rasga
O tecido,
Deixando à mostra a carne crua...
Negra, branca
Linha que costura
O tecido
Faz sentido ?
Seguir a linha da vida,
Tecer a cada dia,
Enrolar,
Desenrolar,
Descarrilhar,
Puxar,
Prender e depois soltar...
A vida das mãos.

Lua Enquadrada

Lua enquadrada
Em meio às nuvens,
Em meio às arvores ...
Enquadrando nossos olhares,
Nossos desejos,
Mais sentidos,
Mais sinceros.
Criando laços,
Revelando nossos mistérios,
Seus mistérios,
Meus mistérios.
Espalhando poesia,
Pincelando felicidade,
Revelando nossos sonhos,
Acariciando nossa pele,
Clareando nosso chão,
Revirando nosso íntimo,
Expondo nossas marés,
Revelando nossa alma,
Iluminando nossa aura.
Sempre de lá...
Do alto,
Majestosa,
Plena,
Bela !