quarta-feira, 4 de agosto de 2010

A força da forca

A mente que mente, mente. É isso. O próprio homem mente, mas de repente se permite e deixa aflorar suas entranhas, libertando-se da sua própria prisão - única e pessoal. Então, joga a chave fora e assume sua liberdade. Mas pode não suportar tamanha responsabilidade. Então, resolve que é melhor continuar na sua mentira. A mente... mente. É isso. Pega a chave de volta, veste a sua camisa de força, a forca e transforma tudo em poesia.

Domingo - parte V

Tantos domingos...
Muitas emoções...
Quanta vida!
Algumas perdidas
Outras milimetricamente vividas
Esse domingo começa mal
Tudo bem, já se passou metade dele
Tantos passos largaram
Tantos passos chegaram
Os meus flutuam...
O alarme toca em meu celular
E anuncia seu choro
A necessidade de um novo encontro
Na tentativa de acalmar
Dar rumo aos meus passos e aos seus.
O domingo começa a mudar
Seria inacreditável...
Inacreditável não se permitir ser feliz!

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Domingo - parte IV

O domingo segue
O sol permanece
O vento diminui
A manhã de domingo garante uma festa gloriosa para muitos
Que estampam suas medalhas no peito
Depois de muito suor, de muito esforço
Preciso continuar...
A manhã de domingo está chegando ao fim
Enquanto caminho pelo Aterro do Flamengo
Vejo pássaros, aviões, corredores suados,
Exceto seu rosto na multidão
Preciso continuar...
Brinco com duas carinhas, meigas
Me alimento de inocência, de carinho
De suavidade...
Ofereço água e sorvete,
O sorvete de morango é disputado
Meu coração sangra silenciosamente
Enquanto passos velozes alcançam a chegada
Mesmo segurando duas mãos pequeninas
Duas carinhas lambuzadas
Que esbanjam felicidade!!

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Domingo - parte III

O domingo amanhece
O café da manhã congela em minha boca
O açúcar não foi sentido
Tudo está amargo
Meus passos atropelados, espalham as lembranças,
A rotina estendida sobre a mesa, sobre a cama, sobre o dia a dia das pessoas
Pobres mortais!!
Somos escravos... amordaçados, atados a nós mesmos
Apesar do sol, do calor, da claridade,
Do vento frio,
Da vida nas outras pessoas
Do nó na garganta
A vida deve seguir...
Cambaleante, em meio aos cacos
Das taças, se for preciso
E se preciso for,
Fazer uma concha com as próprias mãos
Apesar de trêmulas, atadas, inconformadas
Tomar o vinho e te servir um gole, dois, três
Mesmo entorpecidos diante do prático
O domingo continua mal...

Domingo - parte II

O domingo começa mal
Apesar do sol
Um vento frio corta a minha pele
Causa um arrepio
E um grito oculto se faz ouvir
O coração bordado com seu nome sangra
Transborda com a sua ausência
Inexplicável...
Tento recuperar o ar,
desatar o nó da garganta
Mas a cada tentativa
Surge um choro incontrolável
As lágrimas escorrem
Molham a minha blusa...
Não sinto meus pés
O vento me leva a algum lugar
O domingo começa mal...

Domingo - parte I

O domingo amanhece
No ar uma impotência
Que ata as mãos
Que oprime
Que dá nó na garganta
Que aperta cada célula
Que diminui o ar
Uma hipóxia inexplicável
Vai e volta...
A impotência grita em silêncio
Meu corpo sente a ausência
Meu coração silencia
E não consegue entender
O domingo começa mal
A hipóxia cala
Entorpece os pensamentos, a razão
E os pés flutuam, vagam sem rumo
O domingo começa mal
Apesar de uma linda manhã de sol.